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Empresas de internet suspendem atividades em meio a ataques de facção no Ceará

  • Foto do escritor: Alberto Danon
    Alberto Danon
  • 12 de mar.
  • 4 min de leitura

A população de bairros em Fortaleza e em cidades como Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Caridade estão sem acesso à internet desde que cabos foram cortados e técnicos impedidos de trabalhar por facção criminosa. O prejuízo gerado pelos ataques já ultrapassa a marca de R$ 1 milhão, segundo uma fonte ligada ao setor. Fonte: https://g1.globo.com/


Os provedores de internet no Ceará estão suspendendo as atividades em algumas regiões após ataques promovidos pela facção criminosa Comando Vermelho, que incluem desde o corte de cabos de internet até o incêndio de veículos e tiros contra as sedes das empresas.


Até o momento, ao menos oito atos criminosos foram registrados em Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Caridade, sendo seis deles na última semana (veja infográfico que mostra localidades ao final da reportagem). Pelo menos quatro empresas foram atingidas.


Nesta quarta-feira (12), uma ação policial para combater esse tipo de crime prendeu 12 pessoas suspeitas de envolvimentos nos ataques. Conforme a Secretaria da Segurança Pública, a operação também investiga 14 empresas do setor de internet que funcionam clandestinamente, em aliança com a facção.


"Eles tentam de alguma forma, mediante extorsão, obter parte da mensalidade, da internet de cada um dos provedores. E aí os que não eventualmente não obedecerem, eles depredam o patrimônio, enfim, fazem todo aquilo que eles tentam, tentam fazer de forma perene", explicou o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, delegado Alisson Gomes.


Trabalhadores do setor se dizem preocupados e temem o atual cenário. Nesta terça-feira (11), a Acnet, uma das empresas provedoras, comunicou a suspensão temporária das visitas técnicas devido ao ataque sofrido na noite de segunda-feira (10). Criminosos dispararam contra a fachada do estabelecimento, localizado no bairro Itambé, em Caucaia.


A Brisanet, provedora que atua em mais de 200 cidades do Nordeste, também sofreu ataques. Na terça-feira (11), criminosos arremessaram pedras contra um veículo da provedora no bairro Capuan, em Caucaia. No dia 6 de março, outro carro foi incendiado por um grupo criminoso no Conjunto Metropolitano, também em Caucaia.


A empresa declarou que os ataques afetam a "continuidade dos serviços prestados aos clientes" e que está adotando protocolos de segurança para proteger seus colaboradores e seus equipamentos. Os detalhes operacionais não foram divulgados por questões estratégicas da Brisanet.


Em Caridade, as empresas do setor paralisaram as atividades e suspenderam a internet de todo o município à meia-noite de terça-feira (11), como forma de protesto, após ataques registrados no município. Não há previsão para o retorno das atividades.


A Secretaria da Segurança Pública informou que está investigando a atuação de grupos criminosos contra as empresas provedoras de internet no Estado. No último sábado, o Governo do Ceará instalou um grupo especial para investigar os atos criminosos.


Prejuízo de R$ 1 milhão


Os ataques criminosos aumentaram os custos de operação, segundo as empresas de internet. O prejuízo já ultrapassa R$ 1 milhão em todo o estado, revelou uma fonte do setor, que preferiu não ser identificada para evitar retaliações.


Em Caridade, por exemplo, as caixas e cabos de internet foram arrancadas na última sexta-feira (7), deixando 90% dos moradores sem conexão. Uma outra fonte ligada ao setor estima que as prestadoras da região terão um prejuízo de pelo menos R$ 500 mil, considerando gastos com materiais, mão de obra e cancelamentos de clientes.


Conforme o relato de um trabalhador da área, os prestadores de internet são abordados pelos grupos criminosos durante as visitas técnicas e recebem uma série de ameaças.


"Eles abordam os técnicos que estão na rua fazendo reparos e dizem que só podem atender empresas que estão fazendo pagamentos mensais para a facção. Se negar, a empresa sofre represálias: tem carros queimados, os técnicos são roubados e as lojas são depredadas".

O g1 revelou no início de março que uma facção criminosa está exigindo de provedoras de internet uma taxa de 50% do valor dos serviços prestados aos clientes, como condição para autorizar a instalação de infraestrutura em comunidades do Ceará. A prática, que começou no bairro Pirambu, em Fortaleza, já se espalhou para outros municípios, como Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Caridade.


Segundo uma apuração da TV Verdes Mares, o grupo exige das empresas o pagamento de metade do valor pago pelos clientes pelo serviço de instalação. Ou seja, se uma provedora cobra R$ 80 pelo serviço, ela deve repassar R$ 40 à facção como "taxa de permissão".


Cronologia dos ataques




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